Sofrimento e prazer.
#29
Olá, imparável. Salve Maria. Tudo bem?
Já aconteceu com você de tirar férias e, quando volta, sentir aquele desânimo?
Ou os seus dias estão parecendo uma montanha-russa de altos e baixos?
Pode ser que a ciência tenha uma explicação para lhe dar.
Sociedade do prazer.
A psiquiatra Dra. Anna Lembke, em “Nação Dopamina”, diz que a sociedade moderna busca o prazer acima de tudo. É a lei do “faça o que te faz bem”. Parece não haver limites.
É a busca pelo prazer e por evitar qualquer dor.
Isso afeta a educação dos filhos. Os pais temem que limites possam causar traumas.
Não se pode sentir qualquer desconforto. A demora do garçom em trazer um copo de gelo é intolerável.
A pessoa trabalha muito por mais liberdade e bens. Tem passeios melhores, tecnologias novas e um plano de saúde melhor. Mas, mesmo assim, sente-se infeliz.
“Não é bom comer muito mel nem buscar glória sobre glória.” (Provérbios 25, 27)
Será que a busca constante pelo prazer não é a causa do nosso sofrimento?
Cientistas descobriram que o sofrimento e o prazer são processados em áreas do cérebro que se sobrepõem. Agem como uma gangorra na qual o sofrimento e o prazer estão conectados.
A gangorra do sofrimento e prazer.
O prazer que sentimos é gerado em nosso cérebro pelo nosso sistema de recompensa (gratificação), além de outros fatores.
As principais células funcionais do nosso cérebro são os neurônios. Eles se comunicam por sinais elétricos e neurotransmissores.
Um dos principais neurotransmissores do sistema de gratificação é a dopamina. “A dopamina pode desempenhar uma função maior na motivação para se conseguir uma gratificação do que o prazer da própria gratificação. Querer mais do que gostar.” Exemplo: a pessoa pode ter mais satisfação em tentar conseguir um aumento do que prazer quando consegue o aumento.
A dopamina é usada para medir o potencial de um comportamento ou droga em causar vício. Quanto maior a liberação de dopamina por um comportamento ou droga, maior a chance de compulsão.
O cérebro entende que, para haver equilíbrio, o prazer não pode ser maior do que o sofrimento. Isso quer dizer que, quando a gangorra se inclina para o prazer, fortes mecanismos de autorregulação começam a atuar do lado oposto (sofrimento).
Mas, quando a gangorra vira para o lado do sofrimento, o peso do sofrimento parece maior que o do prazer. E agora, para mover a gangorra para o lado do prazer, é preciso um prazer maior. É preciso doses maiores e novas opções de prazer.
Dra. Anna afirma que “a ciência nos ensina que todo prazer exige um preço, e o sofrimento que se segue dura mais tempo e é mais intenso do que o prazer do qual ele se originou.”
“Depois de terdes sofrido um pouco, o Deus de toda a graça, aquele que vos chamou para sua glória eterna em Cristo, vos restaurará, vos firmará, vos fortalecerá e vos tornará inabaláveis.” (1 Pedro 5, 10)
Se nosso cérebro se autorregula, ele troca prazer por sofrimento. E se buscássemos o sofrimento para obter prazer?
Do sofrimento ao prazer.
Segundo Dra. Anna, o prazer é nossa recompensa pela dor. Por isso, é preciso encaixar o sofrimento como parte de nossa vida.
O exercício, por exemplo, causa aumento de temperatura e falta de oxigênio. Mas é preciso tomar cuidado para não ficar viciado em sofrimento. Uma pessoa pode ter uma microfratura ao correr. Ela pode continuar treinando, apesar da dor.
Contar a verdade pode ser doloroso, mas promove a honestidade e o domínio sobre nossas ações. A pessoa pode começar por uma confissão.
Jejum também é uma forma de sofrimento.
É importante não buscar o sofrimento para compensar o prazer. Se o objetivo é cortar um vício, essa não é a solução.
Como cortar um vício.
Dra. Anna ensina que, para cortar um vício, pelo menos 3 fatores são importantes:

