JesusOps

JesusOps

Como vender um produto mais caro do que o seu concorrente?

#51

Angelo Públio
jun 28, 2025
∙ Pago

Olá, imparável. Salve Maria. Tudo bem?

Imagine uma executiva chamada Cora, acostumada a pagar R$ 4 no seu refrigerante preferido.

Após um voo de 4 horas, Cora sai do avião morrendo de sede. A primeira coisa que ela vê no aeroporto é um anúncio vermelho, com a latinha estupidamente gelada do refrigerante de que ela mais gosta, com gotas de gelo escorrendo pela lata. Ela quase sente o gosto só de olhar.

Como vender um produto mais caro do que o seu concorrente?

Enquanto caminha pelo corredor em direção à esteira de bagagem, ela visualiza a cena: ela bebendo o refrigerante, matando a sede, como um alívio depois da turbulência que enfrentou.

Ela pega a mala e só consegue pensar em uma coisa: comprar aquele refrigerante. Ir para casa pode esperar.

Cora vai até uma conveniência no saguão. Tem o refrigerante, mas é de máquina, não em lata. R$ 10. Ela hesita.

Vai à loja ao lado. Lá está ele: na lata. R$ 12. A atendente pergunta se ela quer um copo com gelo e limão.

Ela compra. E bebe bem devagar. Ahhhh. Agora, sim, pode ir para casa descansar.

Vale destacar que este exemplo não tem o objetivo de incentivar o consumo por impulso, mas sim de ilustrar como a experiência, o contexto e a conveniência afetam o valor percebido de um produto.

É fato que muitos produtos em aeroportos, até mesmo uma garrafa d’água, são vendidos por preços mais altos devido aos custos do negócio, como o aluguel dos pontos, que varia conforme a localização estratégica. Ainda assim, cabe ao católico exercer o discernimento e cultivar a moderação nas decisões de consumo. (Catecismo da Igreja Católica, CIC 1809)

“Com efeito, a graça de Deus se manifestou para a salvação de todos os homens. Ela nos ensina a abandonar a impiedade e as paixões mundanas, e a viver neste mundo com autodomínio, justiça e piedade.” (Tt 2,12)

Agora pense: como é possível diferenciar o seu produto ou serviço?

Como vender um produto mais caro do que o seu concorrente?

Commodities, traduzido livremente como mercadorias ou matérias-primas, são produzidas em larga escala, como café e soja, e têm seus preços determinados de acordo com a oferta e a procura internacional. (Fiocruz)

Segundo o livro Administração de Marketing, de Philip Kotler e Kevin Keller, quando um produto ou serviço entre concorrentes não tem diferenciação, esses podem ser classificados basicamente como uma “commodity”. A disputa entre os concorrentes seria somente sobre o preço. Ou seja, o cliente escolheria o fornecedor que oferecesse o preço mais baixo.

Com base no livro Marketing 6.0, dos autores Philip Kotler, Hermawan Kartajaya e Iwan Setiawan, abaixo destacamos 5 abordagens que podem resultar em uma melhor experiência ao cliente que está cada vez mais conectado:

  • Agilidade para concluir transações: os clientes não querem ter que enfrentar longas filas ou checkouts demorados.

  • Experiências personalizadas: a inteligência artificial combinada com a interação do cliente pode determinar e sugerir produtos para os clientes.

  • Interatividade: tornou-se natural para os consumidores usarem muito as telas, e os aplicativos popularizaram a interação com elas. “Os espaços físicos devem adotar interfaces e experiências de usuário semelhantes, com as quais o cliente esteja acostumado.”

  • Conteúdos híbridos: os consumidores comparam online as alternativas e leem as avaliações de outros clientes antes da decisão de compra, mesmo quando estão na loja física. O empreendedor pode facilitar o acesso a informações online para o consumidor na loja física, incluindo QR codes, por exemplo. Já os ecommerces que também têm lojas físicas, podem identificar se existem produtos em suas lojas físicas em promoção.

  • Experiência continuada: é preciso que a experiência do cliente se integre com o estilo de vida físico-digital. A experiência de compra online deve ser uma extensão da compra na loja física e vice-versa. As compras na loja física, por exemplo, podem ser visualizadas no app da loja. No app, os consumidores podem interagir com outros consumidores e acessar produtos especiais. “As empresas precisam ser proativas e antecipar as experiências dos visitantes antes que eles adentrem a loja, e estender o envolvimento para muito depois de terem saído.”

Ainda segundo Marketing 6.0, o empreendedor deve constantemente agregar valor à experiência do cliente. Para isso, três etapas são fundamentais:

  1. Compreender os pontos de dor do cliente.

  1. Identificar oportunidades de melhoria, tanto no ambiente online quanto físico.

  1. Incorporar essas melhorias ao negócio de forma prática, com equilíbrio entre inovação e viabilidade financeira.

Em Marketing H2H, os autores Philip Kotler, Waldemar Pfoertsch, Uwe Sponholz, Marcos Bedendo, exemplificam que um restaurante usa produtos “comoditizados” (de commodities). Mas é adicionado a eles um conjunto de serviços: atendimento, clima do lugar, os pratos do cardápio, estacionamento com manobristas, etc. O resultado é que o valor do restaurante é julgado “muito mais pela experiência proporcionada do que pelo valor intrínseco dos ingredientes do prato que é servido”.

A experiência oferecida ao cliente vai muito além do que o próprio serviço ou produto que se está vendendo.

Pense:

Esta publicação é para assinantes pagos.

Já é um assinante pago? Entrar
© 2025 www.JesusOps.com.br · Privacidade ∙ Termos ∙ Aviso de coleta
Comece seu SubstackObtenha o App
Substack é o lar da grande cultura