No que empreender.
#59
Olá, imparável. Salve Maria. Tudo bem?
Você já deve ter ouvido a frase: “se a vida te deu um limão, faça uma limonada”. Mas, e se a vida tivesse te dado uma laranja bem docinha? Por que temos que ver as coisas pelo lado ruim (azedo), em vez de ver pela “graça” da vida?
Se você acredita que tem um espírito empreendedor, mas sempre trabalhou como empregado, ou se já tentou um negócio que não deu certo, não encare isso como um limão. Essa pode ser a sua laranja.
“Bem-aventurado o homem que suporta com paciência a provação! Porque, uma vez provado, receberá a coroa da vida, que o Senhor prometeu aos que o amam.” (Tiago 1,12)
Este pode ser o momento para você pensar no que empreender.
No que empreender.
Em O lado difícil das situações difíceis, Ben Horowitz ensina que você não deve buscar “soluções mágicas” para problemas. O foco deve ser encontrar uma solução real. Se seu produto não for bom o suficiente para ganhar novos clientes, por que você iria criá-lo?
Para Ben, você deve direcionar toda a sua energia mental para “encontrar uma saída aparentemente impossível”. Por isso, não gaste tempo nem energia sentindo pena de si mesmo ou “remoendo” o que deixou de fazer ou poderia ter feito de outra forma. Esses pensamentos só vão atrasar você. É preciso parar de adiar as coisas.
O empreendedor católico deve buscar estar em harmonia com Deus quando estiver em busca do que empreender.
“Ou então que busquem a minha proteção, façam as pazes comigo, sim, façam as pazes comigo.” (Isaías 27,5)
Estando em paz com Deus e quebrando qualquer resistência a Ele, podemos receber, segundo o padre Réginald Garrigou-Lagrange (As três idades da vida interior) a “graça de luz”. Deus não nos pede o impossível, porque isso não seria misericordioso. Devemos agir com humildade e generosidade. Não para a nossa própria glorificação.
“Quem te declara superior? O que tens que não recebeste? E se o recebeste, por que te glorias como se não o tivesses recebido?” (1Coríntios 4,7)
Padre Réginald nos lembra que não devemos nos contentar com uma vida medíocre e produzir “frutos imperfeitos”. Deus deu o primeiro passo que foi nos dar a vida e, junto dela, a graça. Ele nos ajudará a fazer o bem e evitar o mal. Entretanto, somos livres para tomar nossas decisões pelo livre-arbítrio. E nossas ações podem ser contrárias à graça. Por isso, a todo momento devemos lembrar e colocar as inspirações de Deus em primeiro lugar, superando obstáculos, com perseverança.
Estando com Deus, Ele nos inspira a cumprir nosso dever. E, fazendo nosso dever, tendo Deus em primeiro lugar, a graça agirá de forma meritória, mesmo sabendo que temos o livre-arbítrio, que pode nos afastar dos planos de Deus.
Para o padre Antonio Royo Marín, em A espiritualidade dos leigos, Deus fez o homem inclinado para viver em sociedade, de maneira que o homem “não pode sustentar-se sem a ajuda dos demais”. Assim, cada um deve exercer uma profissão “segundo a vocação, as aptidões e as circunstâncias de cada um”.
Como sociedade, precisamos verificar qual é a nossa conduta para com o próximo, se estamos a prejudicá-lo, porque é no próximo que encontramos o próprio Cristo. Segundo o padre Antonio, o trabalho pode ser o meio para o nosso aperfeiçoamento espiritual: “o bem próprio e pessoal aparece plenamente fundido e identificado com o bem de todos e com o bem de Deus”.
Abaixo, destacam-se 3 pontos, segundo o padre Antonio, sobre consciência profissional:
É preciso ter preparação profissional para evitar o mau desempenho. O mau desempenho prejudica o próximo, tanto o cliente quanto outros colaboradores do negócio. Deve-se buscar o aperfeiçoamento prévio, ou contar com “verdadeiros especialistas” quando necessário, ou até mesmo mudar de profissão definitivamente “para dedicar-se a outras atividades menos prejudiciais para o próximo”.
Não se deve realizar um trabalho que vá contra a sua consciência e a Deus. Se existir um conflito entre a moral e a profissão, a moral é mais importante.
Não se exige que o profissional seja um profundo conhecedor, mas o profissional deve ter o necessário e suficiente para desempenhar sua profissão. Podem ocorrer casos extraordinários de difícil execução, sendo obrigação consultar pessoas com maior capacidade técnica.
No livro A startup de $100, Chris Guillebeau explica que, para empreender, você precisa de um produto ou serviço que você possa oferecer, pessoas dispostas a pagar e uma forma de ser pago.
De um lado, o empreendedor católico tem suas habilidades, dadas por Deus, que podem estar combinadas com sua paixão. Do outro lado, estão as pessoas que ele pode ajudar. Elas podem ter um problema que o empreendedor consegue resolver. A interseção disso é a oportunidade de fazer o bem ao próximo com as inspirações de Deus.
“Todos vós, conforme o dom que cada um recebeu, consagrai-vos ao serviço uns dos outros, como bons dispenseiros da multiforme graça de Deus.” (1Pedro 4,10)
Para Chris, empreender é algo que existe “desde os primórdios do comércio”. A diferença é que agora o empreendedor tem a oportunidade de testar e lançar rapidamente uma ideia e, o melhor, “sem precisar investir muito”.

