Olá, imparável. Salve Maria. Tudo bem?
Certa vez, um jovem recebeu sua primeira fatura do cartão de crédito e achou que tinha descoberto o segredo da liberdade financeira.
Ele gastou 300 dólares, mas a fatura informava que o pagamento mínimo era de apenas 10 dólares. E o melhor: ainda poderia continuar comprando mais. Isso era inacreditável.
Só depois percebeu que, nas letras miúdas, se falava dos 18% de juros sobre o valor que ele não pagasse na hora.
Esse caso aconteceu com o autor J. L. Collins, que conta essa história em O caminho simples para a riqueza. Neste livro, o autor compartilha uma série de conselhos que propõe para sua filha adolescente na época.
Collins afirma que “a maioria enxerga no endividamento uma passagem para uma ‘vida melhor’”. Isso acaba levando países como o Brasil a atingirem recordes de empresas e consumidores com dívidas em atraso.
Para Collins, o endividamento é um vilão perverso. Ele desvia o empreendedor do seu potencial de fazer novos investimentos.
Aqui estão algumas desvantagens das dívidas em atraso apontadas por Collins:
Com mais dívidas, os juros vão tirar mais dos seus ganhos.
Suas decisões de curto prazo sofrem porque você trabalha para pagar as dívidas.
Você fica mais estressado e se sente aprisionado nessa situação. Pode sentir vergonha, culpa e não saber a quem pedir ajuda.
“Não caias vítima de tua paixão, pois excitará suas forças contra ti, comerá tuas folhas, arrancará teus frutos e te deixará como árvore seca; a paixão violenta destrói seu dono e o torna zombaria de seu inimigo.” (Eclo 6,2-4)
A pessoa, muitas vezes, ignora as dívidas com a esperança de que tudo se resolverá de forma mágica: “no final, dá tudo certo”.
Pode acontecer que a pessoa esteja endividada porque está desempregada, doente ou por outro motivo. Mas pode ter sido também por desejo de comprar. Independentemente disso, às vezes, a pessoa está esperando que Deus dê um jeito, mas sem se esforçar, sem mudar, sem se converter. E isso, o Catecismo da Igreja Católica chama de presunção, não confiança.
“Há duas espécies de presunção: o homem ou presume das suas capacidades (esperando poder salvar-se sem a ajuda do Alto), ou presume da omnipotência ou misericórdia divinas (esperando obter o perdão sem se converter, e a glória sem a merecer).” (Catecismo da Igreja Católica CIC 2092)
É preciso ter humildade intelectual, ou seja, “boa vontade para assumir limitações e erros, sem se preocupar com o status ou o prestígio intelectual” (Por que pessoas inteligentes cometem erros idiotas?).
É preciso perdoar-se, buscar fazer o acerto de dívidas e controlar as despesas.
Conclusão
O Arcebispo Fulton Sheen, em Vida de Cristo, faz a leitura da procissão da Cruz, em que os soldados, temendo que Jesus morresse antes da crucificação, obrigaram um estrangeiro, Simão de Cirene, a ajudá-lo a carregar o madeiro.
Enquanto Simão podia pensar que estava ajudando Jesus, para Fulton era Jesus quem estava ajudando Simão a encontrar o sentido da vida: “o jugo suave e o fardo leve”.
Se as dívidas estão secando seus frutos, pode ser que este seja o momento em que Jesus vai ao seu encontro, não para resolver tudo como em um passe de mágica, mas para tornar o seu fardo mais leve e te conduzir a um novo caminho.
Quem sabe seja a hora de ir pelo caminho da simplicidade, aquele em que, como disse São Boaventura (Os três caminhos da vida espiritual), “a simplicidade que a tudo satisfaz”.
Que a paz de Jesus te guie no acerto das dívidas e o amor de Maria te ajude a controlar as despesas. 💙
Nos vemos no próximo sábado!
Forte abraço!