Inovação de valor.

#53

Olá, imparável. Salve Maria. Tudo bem?

Você já ouviu aquela frase que diz que foguete não dá ré? No mundo das startups e do discurso motivacional, ela dá a ideia de que você deve seguir sempre para a frente, sem se prender ao que passou.

Uma vez que foguetes não têm ré e não aterrissam “de ponta”, eles são usados uma vez e se tornam lixos espaciais descartáveis.

Mas... e se alguém ousasse desafiar essa lógica?

E se fosse possível criar um foguete que desse ré, que pudesse voltar e ser reutilizado? O quanto isso mudaria em termos de custo, acesso ao espaço e mudanças na indústria aeroespacial?

Foi exatamente isso que a SpaceX fez.

Se um foguete pode ser usado repetidas vezes, imagine o impacto no custo dessa viagem. Uma ida ao espaço começa a parecer possível para muito mais gente.

Agora, aterrize com cuidado no seu universo.

O que você, como empreendedor, pode reinventar no que faz? Não estou falando simplesmente sobre pensar em como vender um produto ou serviço mais caro do que o seu concorrente. É mais profundo que isso.

Estou me referindo a criar algo que mudaria a sua posição, a ponto de você não ter mais concorrência direta.

Para isso, você precisa fazer o que chamamos de inovação de valor.

O que é inovação de valor?

No livro A estratégia do oceano azul, os autores W. Chan Kim e Renée Mauborgne, definem que inovação de valor é alinhar inovação com utilidade dentro de custos saudáveis, de forma que o que você oferece não compita diretamente com o que é oferecido pela concorrência.

De acordo com o livro, oceano azul é onde se navega sem concorrentes, enquanto oceano vermelho é o lugar de “sangrenta concorrência”.

Segundo o livro, muitos empreendedores trabalham “inovação” e “valor” de maneiras separadas. Por exemplo:

• Quando os empreendedores pensam em inovação, muitas vezes isso está relacionado a colocar tecnologia mais atual, inédita ou ser pioneiro. Isso não significa que os clientes estejam dispostos a pagar mais por isso.

• Em relação à proposta de valor, os empreendedores às vezes se concentram em oferecer algo melhor do que o concorrente. Só que isso pode se resumir a: oferecer algo melhorado do que o que o concorrente já faz, mesmo que isso custe mais caro para o cliente. Ou então, oferecem o mesmo que o concorrente faz por um preço menor.

É preciso combinar inovação e proposta de valor claras, para se descolar dos seus concorrentes, com custos sustentáveis e operação rentável. É preciso ir para águas mais profundas, um oceano azul.

“Quando acabou de falar, disse a Simão: ‘Vai mais para o fundo, e lançai vossas redes para a pesca’. Simão respondeu: ‘Mestre, trabalhamos a noite inteira e nada apanhamos; mas, por tua palavra, lançarei as redes’. Agindo assim, pegaram tal quantidade de peixes que as redes se rompiam.” (Lucas 5,4-6)

A inovação de valor busca criar uma diferenciação e, ao mesmo tempo, ter um custo baixo. O Cirque du Soleil mudou o entretenimento circense; a Starbucks, na forma de oferecer um ambiente aconchegante para tomar um café; o Uber mudou a forma de se locomover; a Wellhub (antiga Gympass) mudou a forma de fazer atividade física; o QuintoAndar mudou a forma de locar e alugar apartamentos, entre outros.

Muitas vezes, temos pensamentos enraizados de que devemos superar os concorrentes. Esse jeito de pensar pode nos impedir de criar algo realmente novo e único.

Aqui estão 5 pontos que o empreendedor precisa aprender para conseguir inovar, conforme o livro A estratégia do oceano azul: